Receber o salário traz alívio, mas também aquela dúvida: “o que fazer primeiro, pagar as contas, poupar ou investir?”. Pois, sem um plano claro, o dinheiro vai escorrendo por causa dos gastos do dia a dia. Contudo, organizar a divisão entre poupança e investimentos é o segredo para conquistar estabilidade e realizar sonhos. Em suma, este guia vai mostrar como separar o salário de forma inteligente, prática e possível para qualquer bolso.
Poupar e investir: qual a diferença?
Antes de pensar em números, é essencial entender que poupar e investir não são a mesma coisa.
- Poupar é guardar dinheiro em um lugar seguro, geralmente de baixo risco e fácil acesso. Serve para emergências ou objetivos de curto prazo, como trocar o celular ou viajar.
- Investir é aplicar o dinheiro para que ele cresça ao longo do tempo. Pode ser no Tesouro Direto, CDBs, fundos imobiliários e até ações. O objetivo é ganhar mais do que a inflação e construir patrimônio.
Pois, sem essa clareza, muita gente pula direto para investimentos arriscados sem ter um colchão de segurança, e acaba se frustrando.
Qual porcentagem separar do salário?
Uma regra prática é a 50-30-20, já comentada em outros artigos:
- 50% para necessidades básicas (moradia, alimentação, transporte);
- 30% para desejos e lazer;
- 20% para poupança e investimentos.
Contudo, essa divisão pode (e deve) ser ajustada. Se o salário é baixo, começar com 5% já ajuda. Se é mais alto, dá para ser mais ousado e poupar 30% ou até 40%. O importante é definir uma porcentagem fixa e respeitá-la.
A ordem certa: primeiro poupar, depois investir
- Monte uma reserva de emergência
Antes de pensar em aplicar em fundos ou ações, construa um fundo equivalente a 3 a 6 meses de despesas fixas. Esse valor deve ficar em aplicações seguras e de liquidez diária, como Tesouro Selic ou CDBs de bancos sólidos. - Defina objetivos de curto, médio e longo prazo
- Curto (até 1 ano): viagem, conserto do carro.
- Médio (1 a 5 anos): entrada de imóvel, curso.
- Longo (acima de 5 anos): aposentadoria, independência financeira.
- Comece pequeno, mas comece
Separar R$ 50 ou R$ 100 por mês pode parecer pouco, mas ao longo dos anos faz diferença. Pois o tempo é o grande aliado dos investimentos.

Exemplos práticos
- Salário de R$ 2.000
- R$ 100 para reserva (5%).
- R$ 50 para começar a investir (2,5%).
Total: R$ 150 guardados/mês.
- Salário de R$ 4.000
- R$ 400 para reserva (10%).
- R$ 200 para investimentos iniciais (5%).
Total: R$ 600 guardados/mês.
- Salário de R$ 8.000
- R$ 1.000 para reserva (12,5%).
- R$ 800 para investimentos (10%).
Total: R$ 1.800 guardados/mês.
Esses exemplos mostram que não existe fórmula única, mas sim adaptação ao contexto de cada pessoa.
Onde investir depois da reserva?
- Tesouro Selic – investimento seguro e acessível, ótimo para a reserva.
- CDBs de liquidez diária – alternativa aos fundos tradicionais, também seguros.
- Fundos imobiliários (FIIs) – para quem busca renda passiva com aluguel de imóveis.
- Ações – indicadas para o longo prazo, com paciência e estratégia.
- Previdência privada – pode complementar a aposentadoria, desde que com taxas baixas.
Contudo, é fundamental estudar cada opção antes de aplicar. O erro mais comum é investir só porque alguém indicou ou porque viu na internet.
Erros comuns ao dividir salário
- Ignorar a reserva de emergência e pular direto para investimentos arriscados.
- Investir tudo em um único lugar, sem diversificar.
- Esperar sobrar dinheiro no fim do mês em vez de separar no dia do pagamento.
- Acreditar em promessas de ganhos fáceis, que geralmente escondem golpes.
- Não acompanhar os gastos, perdendo o controle do orçamento.
Mini-FAQ
1. Preciso de muito dinheiro para começar a investir?
Não. Hoje já é possível investir a partir de R$ 30 no Tesouro Direto ou em bancos digitais.
2. E se eu estiver endividado?
Priorize quitar as dívidas, mas tente poupar um valor simbólico para não perder o hábito.
3. Onde devo aplicar primeiro?
Sempre na reserva de emergência (Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária). Só depois diversifique.
Checklist rápido
- Definir uma porcentagem fixa do salário para guardar.
- Construir reserva de emergência de 3 a 6 meses.
- Separar curto, médio e longo prazo.
- Escolher produtos financeiros simples e seguros.
- Revisar mensalmente e aumentar a porcentagem sempre que possível.
Conclusão
Poupar e investir não precisam ser mistérios reservados a especialistas. Pois, com pequenas ações mensais, qualquer pessoa pode organizar a vida financeira. Contudo, é importante respeitar as etapas: primeiro garantir segurança, depois buscar crescimento. Por causa disso, a divisão correta do salário é uma forma prática de proteger o presente e construir o futuro. Em suma, quem aprende a equilibrar poupança e investimento transforma o salário em um verdadeiro aliado da liberdade financeira.
Fonte: (CVM) – Educação Financeira
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